quarta-feira, 24 de junho de 2009

MÃE

Minha razão errada
te escondo
dentro desta existência envergonhada
te respondo
remorsos duma paz exasperada

minha derrota amada
te descubro
te acuso e me perdoo de tudo
te lamento por tanto Amar para nada

minha força destroçada
te arrependo
senhora da frieza enamorada
te perco quanto mais me prendo
à carne por mim fertilizada

minha aberração desejo
te protejo
árvore mulher desflorada
te absolvo dum profundo beijo
minha raíz da geração frustrada

Tercena, Novembro 1979

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