terça-feira, 30 de junho de 2009

ÁLCOOL

Divago
num vazio de intenções
despreocupado e
oco nas ideias descarnadas
a indigestão do dia-a-dia
arrasta-me para a arena
das batalhas perdidas

vamos queridos amigos
conversemos sobre coisas prenhes de nadas
não acreditem nesta imbecilidade
tão aparente como o arco-íris
da vossa eloquência
tão apócrifa como qualquer conto de fadas
que vos tenham desencantado há anos

tu querida
aproxima-te
que eu pago o sacrifício da tua incompreensão

abre-te
desabafa angústias contagiosas
acorda sensações inebriantes
que o álcool está estupefacto
para ser tragado depois das palavras
espera!

tenho uma barba de sete dias
e por enquanto não me apetece
hibernar na caverna
do teu sexo-taxímetro

Sto. António Caparica, Março 1965

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