
durma um sono despreocupado
nem possa descansar sem
verter um nojo pungente
na boca deste mundo mascarado
de crente
que ninguém
nenhum homem atento
verdadeiro
adormeça o motor do consciente
sobre o macio esquecimento
do travesseiro
que ninguém
ninguém se deite a esquecer
o crime pesado como chumbo
sem ser obrigado a saber
que existem crianças neste mundo
a sofrer
que ninguém
mais manifeste um sentimento
mate sedes, alegrias ou desejos
sem responder em vendavais ao vento
cara a cara
porque
longe dos filhos e dos beijos
morreu Ernesto "Che" Guevara
Lisboa, Outubro 1967
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