
onde pernoitem negros anjos
ensopa-lhes asas
parte os banjos
tomba sobre ruas obsoletas
mancha galões bordados de cinismo
escarra promessas nas sargetas
faz de autoclismo
tomba sobre excrementos
varre dias moribundos
em bátegas de pressentimentos
e de mundos
tomba chuva sobre a solidão
tinge a tempestade de carmim
jorra lágrimas pela Revolução
e pedras sobre mim
Tercena, Novembro 1975
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