
Dono de ti
pressinto o perfeito ódio ao presente onírico
venço a distância através do sonho infindo
uso o sarcasmo pelo belo santo
dono de ti
minto em força até ao espírito
finjo brandura
enquanto a tua mão me segura
inspiro o néctar das longas noites brancas
e vejo Dostoievski no copo
abraço as agressões do Satã louco
e "lieder" de Schubert me cantas
afogo-me em ti e tanto
que tomo deusas por santas
que nem mentiras desminto
e á noite
pela cidade
não caio
mas mal me levanto
como na minha mocidade
vou recitando
fumando
tossindo
vou indo
cantando
e rindo
Tercena, Fevereiro 1979
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