
a história daquele rapaz
que afinal
já não vai para o ultramar
os amigos estreitaram-no em
morosos abraços
de felicitações paralelas
- coisa íntima -
ele
sorriu encantado
pagou o repasto comemorativo
do importante acontecimento
num restaurante anónimo
portas guardadas
horas mortas
chocante
a premeditada odisseia daquele jovem
que mora nas avenidas novas
é filho dum situacionista
sócio dum clube onomástico
e fica a defender
a sua querida pátria fascista
na rectaguarda
Lisboa, Julho 1964
Sem comentários:
Enviar um comentário