
do que seria o homem medianamente vulgar
jaz um boneco seco e incómodo
aos safanões a si mesmo
líquidos feíssimos
desfizeram-lhe o encanto negligente
dos verdes anos
e adeus
dias inquebráveis
desfigurou-se
pragueja como o vento
pune pelos fracos
esgrime justiças contra espelhos
e a loucura já especula
com trémulos sentidos
pouco lhe resta
- um tudo-nada -
para sorver o vil aperitivo
contra-veneno ignóbil
das situações péssimas
Lisboa, Dezembro 1964
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